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O que são e como combater microagressões de gênero no ambiente de trabalho?

O mundo tem evoluído e a conscientização sobre as microagressões e suas consequências tem crescido nos últimos anos. Até o início do século, era comum ouvir comentários ofensivos ou ver comportamentos discriminatórios no ambiente de trabalho.

Uma pesquisa sobre microagressões e seu impacto nas empresas, realizada pela Universidade de Stanford, aponta que houve um aumento significativo na percepção das microagressões e na conscientização de sua importância nos últimos anos.

O levantamento também indicou que elas ocasionam  uma menor satisfação no trabalho, menor comprometimento organizacional e menor produtividade. As pessoas colaboradoras que relataram mais microagressões também relataram mais estresse e menor bem-estar emocional e psicológico.

Mas, afinal, o que são e como combater microagressões nas empresas?

O que são microagressões?

No ambiente de trabalho acontecem de formas pequenas, porém repetitivas, ações ou palavras que podem causar danos psicológicos ou emocionais aos colegas de empresa. Elas são geralmente inconscientes e podem incluir comentários depreciativos sobre a aparência, gênero, raça, etnia, orientação afetivo-sexual, religião e/ou idade de uma pessoa. Além disso, elas também podem ser expressas por meio de ações, como a exclusão de uma pessoa de reuniões ou projetos importantes.

Ella F. Washington, Alison Hall Birch e Laura Morgan Roberts, da Harvard Business Review, indicam algumas falas ‘despretensiosas’, mas que podem ser consideradas microagressões.

“Somos todos uma raça: a raça humana.”
A fala desconsidera e ignora as barreiras enfrentadas por pessoas não brancas, indicando que aquela pessoa não é aberta a discussões sobre equidade e inclusão. 

“Todos podem ter sucesso na sociedade se trabalharem duro o suficiente.” ou “Não podemos nivelar por baixo”

As falas  indicam um desconhecimento sobre as barreiras que pessoas de grupos minorizados enfrentam na busca de oportunidade de desenvolvimento, além de que não sinalizam uma abertura daquela pessoa para discussões sobre DE&I.

Hoje em dia já existe um entendimento mais claro sobre o que são microagressões. Algumas delas, como o caso do mansplaining, ganharam espaço na mídia nos últimos anos e figuraram entre as palavras mais buscadas na internet. 

Confira as principais. 

Saiba mais:

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Mansplanning

É quando um homem tenta explicar algo óbvio ou simples a uma mulher, muitas vezes com um tom paternalista, como se ela não fosse intelectualmente capaz de entender. No ambiente de trabalho, isso pode ser especialmente prejudicial, pois pode minar a autoridade e a confiança de uma pessoa, e limitar o seu crescimento profissional.

Sheryl Sandberg, que chefiou as operações do Meta (Facebook) por 14 anos, comentou sobre esse fenômeno em um artigo do jornal The New York Times: “Quando uma mulher fala num ambiente profissional, ela caminha na corda bamba. Ou ela mal é ouvida ou ela é considerada muito agressiva. Quando um homem diz exatamente a mesma coisa, seus colegas apreciam a boa ideia”.

Manterrupting

É quando uma mulher é interrompida constantemente por um homem, não permitindo que ela consiga concluir sua frase. Essa interrupção pode ser intencional ou não, mas é uma prática machista, uma vez que minimiza o papel da mulher na conversa. 

No ambiente de trabalho, o manterrupting prejudica as carreiras das mulheres, uma vez que pode limitar sua capacidade de participar ativamente em reuniões, compartilhar suas ideias e influenciar decisões importantes.
Foi o caso da jornalista Gabriela Prioli que em um debate político, foi interrompida diversas vezes pelo mediador e pelo debatedor opositor. Na época, ela afirmou: “Não consigo atingir o meu objetivo se for constrangida e não posso seguir participando do debate sem que a convicção sobre a gravidade do constrangimento não seja só minha, mas de todos os envolvidos, na frente e atrás das câmeras”.

Depreciações baseadas em raça, etnia gênero, orientação afetivo-sexual, religião ou outra característica identitária.

Além dessas formas de discriminação, eixstem também ações ou palavras que transmitem uma mensagem negativa ou hostil sobre uma pessoa com base em sua identidade. Elas podem ser discretas, como um olhar de desaprovação, ou diretas, como um comentário ofensivo. Confira algumas delas abaixo

Ignorar opiniões de participantes em reuniões

Quando as ideias de uma pessoa são ignoradas ou desconsideradas sem motivo aparente, o impacto na carreira da pessoa é claro: insegurança, insatisfação profissional, síndrome da pessoa impostora e até mesmo queda de performance.

Além disso, quando olhamos para a estratégia do negócio, percebemos que essa ação impede a empresa de considerar outros pontos de vista para o negócio.

Gaslighting

É um tipo de agressão psicológica que visa fazer com que uma pessoa questione suas conquistas para desestabilizar a autoconfiança dela. Pode ser usado para desacreditar, confundir ou intimidar colegas de trabalho, especialmente aqueles em posições de poder inferior. 

Saiba mais:

Mandala da cultura inclusiva: 8 etapas para começar um programa de DE&I

Como combater microagressões no ambiente de trabalho?

A promoção de uma cultura inclusiva, que promova treinamentos e workshops sobre tais temas para a organização, permitirá que as pessoas colaboradoras entendam esses fenômenos e consigam responder com agilidade quando eles acontecerem. 

Os treinamentos não devem ser pontuais, mas recorrentes, e contemplar toda nossa pessoa que se junte ao time. Nesse sentido, contar com uma universidade corporativa em Diversidade, Equidade e Inclusão permitirá que você treine todo novo talento que ingressa na empresa para este tema. 
Diante disso, a TREE Diversidade criou a Academia Tree,  uma plataforma EaD totalmente focada em DE&I. Ela foi pensada para empresas que desejam formar suas pessoas colaboradoras ou inserir conteúdos de DE&I em suas plataformas de T&D.

Políticas e códigos de conduta

Além dos treinamentos, devem ser estabelecidas políticas e práticas claras sobre como responder a fenômenos do tipo. Eles irão acontecer, por isso é importante que haja um código de resposta, e os episódios estejam contemplados na avaliação de desempenho das pessoas envolvidas.

Canal aberto para denúncias

Além disso, recomendamos que a organização adote um canal sigilosoe seguro para o time denunciar comportamentos discriminatórios. Isso dará mais legitimidade à política desenhadas pela liderança.

Participação da liderança

Letícia Rodrigues, sócia da TREE, afirma que a liderança tem um papel fundamental na promoção da diversidade, equidade e inclusão. Portanto, desenvolva e letre as lideranças em temas de DE&I para que elas promovam um ambiente de trabalho onde as pessoas possam se sentir valorizadas e respeitadas.

Treinamentos de Comunicação Não Violenta

A comunicação não-violenta é uma ferramenta valiosa nesse processo de combate às microagressões. A  CNV incentiva a empatia, a compreensão e a colaboração, sendo especialmente útil em situações de tensão ou desentendimento. Ela permitirá que o time saiba expressar de forma clara e objetiva os atritos do ambiente de trabalho. 

Saiba mais:

Exercício prático de Comunicação Não-Violenta

A TREE pode te ajudar nesse processo

Converse com nossos especialistas e saiba mais sobre nosso serviço de consultoria. Podemos apoiar sua organização na construção de políticas e processos, além de apoiar na estratégia de Educação Corporativa.