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Como combater vieses de gênero e construir um ambiente de masculinidade saudável?

Grupo de pessoas trabalhando ao redor de uma mesa

A pauta de equidade de gênero no mercado de trabalho ganhou protagonismo nos últimos anos. Hoje em dia já se discute leis sobre equidade salarial, equidade de gênero em conselhos de administração, além de programas de desenvolvimento feminino e presença em cargos de liderança e gestão. 

Entretanto, o desafio continua grande. Segundo o relatório Global Gender Report 2021, do Fórum Econômico Mundial, a igualdade de gênero só será atingida daqui 135  anos, 36 anos a mais do que antes da pandemia. 

Para além de discutir o protagonismo e o desenvolvimento feminino, também é importante trazer ao debate a masculinidade no ambiente corporativo. É o que você confere neste artigo.

Antes, entretanto, confira um curta-metragem sobre o que significa, de fato, a masculinidade tóxica no ambiente de trabalho. 

O curta foi escrito e dirigido por Kristen Lester e produzido por Gillian Libbert-Duncan

Devemos ‘celebrar o dia do Homem’?

No dia 15 de Julho, no Brasil, é comemorado o Dia do Homem. Instituições e especialistas questionam o porquê de tal data. Afinal, as datas que celebram a diversidade, como o dia Internacional da Mulher, do Orgulho LGBTI+ e da Consciência Negra, por exemplo, existem justamente para dar visibilidade a grupos historicamente minorizados. 

Logo, não recomenda-se celebrar tal data. Entretanto, para além desta polêmica, a existência do dia do homem pode ser usada para trazer a reflexão sobre o papel dele na sociedade e no ambiente de trabalho. Um papel no qual ele reconhece seus privilégios e posiciona-se como aliado da Diversidade. 

Mansplaining, Manterrupting: como funciona a masculinidade tóxica no ambiente de trabalho?

Provavelmente você já deve ter escutado termos como mansplaining, manterrupting e outros, não é? De forma resumida, você encontra abaixo o significado de cada termo e exemplos reais de mulheres que já os vivenciaram. 

Mansplaining

Mansplaining é quando um homem tenta explicar algo óbvio ou simples a uma mulher, muitas vezes com um tom paternalista, como se ela não fosse intelectualmente capaz de entender.

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Tweet de @raisamurta: “Quando eu era comissária já me explicaram um procedimento pra turbulências, sendo que 1- obviamente eu sabia porque já voava e 2- a empresa tinha soltado circular 15 dias antes mudando o procedimento. O cara, que NÃO ERA comissário, ainda disse que eu estava enganada hahaha”

Manterrupting

manterrupting, por sua vez, é quando uma mulher é interrompida constantemente por um homem, não permitindo que ela consiga concluir sua frase.

No vídeo acima, de uma premiação de televisão dos EUA que aconteceu em 2009, o cantor Kanye West interrompe a cantora Taylor Swift para dizer que outra cantora, e não ela, era merecedora do Prêmio.

Tal acontecimento demonstra as interseccionalidades da diversidade. No episódio, o cantor buscava criticar o racismo velado das premiações estadunidenses. Porém, ao fazer isso, acabou cometendo uma atitude machista. 

Afinal, por que as empresas devem construir um ambiente de masculinidade saudável

A resposta vem por meio de dados. Um estudo realizado pela Catalyst mostrou que empresas que possuem um ambiente combativo entre homens geram a chamada ‘ansiedade masculina’, ou seja, a angústia que os homens sentem quando acham que não estão cumprindo os rígidos padrões de masculinidade da sociedade. Dos 1.000 homens entrevistados nos EUA, 94% experimentou pelo menos algum grau de ansiedade masculina no trabalho. 

Este é um problema que afeta a todos, por isso não deve ser negligenciado. É necessário romper com o machismo estrutural e inconsciente, que está presente em ações e processos. E isso deve acontecer de uma forma construtiva, não impositiva. A TREE trabalha com o conceito de empatia cognitiva, no qual a pessoa aprende por meio do conhecimento. Portanto, busque levar conhecimento a sua equipe como forma de combater as microagressões veladas do dia a dia. 

Saiba mais 

Converse com a TREE e encontre o formato mais adequado à sua organização: workshops, palestras, treinamentos, monitorias e demais programas.

Como criar um ambiente de trabalho saudável para homens e mulheres?

Abaixo você confere ações práticas que você pode já implementar. Porém, reforçamos a importância de você olhar para a equidade de gênero e o combate ao machismo de forma sistêmica, não só com ações pontuais.

Elimine expressões machistas

Elimine expressões machistas do vocabulário dos colaboradores. No guia de expressões que devem ser evitadas você encontra uma lista de termos que não deve mais usar.

Rotina de feedbacks

Essa ação deve ser adotada para todo o negócio, seja em aspectos técnicos ou comportamentais. No caso do machismo, os gestores podem criar rotinas onde eles oferecem um feedback constitutivo sempre que perceberem alguma ação machista no dia a dia. 

Criar um comitê de diversidade

Crie um comitê de diversidade em sua empresa para abordar este e outros assuntos, criando assim uma cultura mais acolhedora e segura. 

Licença Paternidade

Segundo pesquisa, 73% das organizações que aumentaram o tempo da licença- paternidade perceberam uma maior retenção de talentos e 61% notaram mais produtividade quando o profissional retornou ao trabalho. Para 48%, a medida também ajuda a reduzir a desigualdade de gênero no mercado de trabalho.

Paternidade ativa

Normalize a atitude paterna igualmente dividida com a materna: idas ao hospital, reuniões escolares e outros. 

Elimine vieses inconscientes

Aborde com a equipe o que são vieses inconscientes e como combatê-los.

Ofereça para homens mulheres o Workshop “Vieses e barreiras de gênero”

Não basta só contratar ou promover mulheres, é preciso também repensar o papel do homem

A luta pela equidade de gênero vai muito além da contratação, promoção e devida inclusão de mulheres – embora esta seja a prioridade.  O homem deve participar deste processo, estar engajado com a causa e entender a importância das mudanças que estão acontecendo. 


O momento é para construir pontes, não barreiras. Por isso, busque inserir todos nas discussões de diversidade, criando um ambiente de segurança, construção compartilhada e aprendizado.