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Como incluir pessoas com Síndrome de Down nas empresas?

O trabalho é um importante instrumento para a realização e ocupação da vida, sendo fonte de satisfação pessoal, criatividade e desenvolvimento de autonomia.

Segundo o Movimento Down, quando desempregadas, as pessoas com Síndrome de Down tendem a desenvolver depressão e baixa autoestima. Isso ocorre porque o ambiente de trabalho ajuda as pessoas a ganharem responsabilidades e desenvolverem relacionamentos com grupos diversos, tendo impacto direto nas habilidades cognitivas, mecânicas e de adaptação a diferentes situações, inclusive na vida pessoal.

O Brasil possui uma legislação e prática que evoluiu bastante em relação à inserção de Pessoas com Deficiências no mercado de trabalho. Porém, as barreiras são maiores para as pessoas com deficiência intelectual. Este grupo apresenta uma menor participação nas empresas em comparação a outros tipos de deficiência e enfrentam maior resistência dos empregadores. 

Inclusão de Pessoas com Deficiências no mercado de trabalho

Antes de apresentar possibilidades de ações para incluir pessoas com Síndrome de Down nas empresas, é importante trazer um cenário sobre a inserção geral de Pessoas com Deficiências no mercado de trabalho.

O que é deficiência?

Segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

No Censo Demográfico de 2020 (releitura do IBGE de 2010), por volta de 6,7% da população, ou seja, 12,7 milhões de brasileiros são Pessoas com Deficiências. Essas compõem algumas das seguintes categorias de deficiência: física, auditiva, visual, intelectual, múltipla, mobilidade reduzida.

Pessoas com Deficiências no mercado de trabalho

A Lei também garante direitos da Pessoa com Deficiência nas áreas de saúde, educação, infraestrutura, trabalho, combate ao preconceito, transporte, mobilidade, mecanismos de defesa de direitos. 

O Art. 34 define que a Pessoa com Deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.

É interessante mencionar que o ambiente de trabalho fará com que a pessoa com deficiência tenha mais ou menos dificuldades. Para além da atração da pessoa colaboradora, é preciso criar um espaço seguro de atuação e desenvolvimento para profissionais que possuem deficiência. Na conversa abaixo você encontra algumas recomendações.

Assista em: https://youtu.be/dQIyeXPomEM 

Outro destaque na legislação para pessoas com deficiência é a Lei de Cotas (1991), que busca garantir a inclusão por meio de vagas de emprego reservadas para Pessoas com Deficiências conforme o tamanho da empresa, confira:

De 100 a 200 empregados – 2%

de 201 a 500 empregados – 3%

de 501 a 1.000 empregados – 4%

de 1.001 em diante – 5%

A empregabilidade das Pessoas com Deficiência 

Empregabilidade quer dizer integração laboral. Nos últimos anos, passamos do conceito de inserção de pessoas com deficiência para inclusão laboral, entenda o que muda:

Inserção de pessoas

  • Inserir Pessoas com Deficiências nas organizações sem adaptações essenciais necessárias para receber a pessoa colaboradora com deficiência;
  • Sem conscientização dos demais colaboradores sobre Diversidade, Equidade e Inclusão;
  • Foco no posto de trabalho;
  • Pessoa colaboradora com deficiência se adapta ao posto de trabalho.

Inclusão laboral

  • Modificação técnica dos empregos e postos de trabalho (incluindo mais o home office), pessoa possa exercer suas tarefas de maneira autônoma e independente;
  • Conscientização de sensibilidade de todas as pessoas colaboradoras sobre DE&I, vieses inconscientes e capacitismo;
  • Foco na pessoa;
  • Posto de trabalho adaptado para a pessoa.

O perfil das pessoas com deficiência empregadas

Segundo dados da RAIS, o total de empregos formais para Pessoas com Deficiências é de 523,4 mil, o que aparenta ser um número alto, porém, em comparação com a população, essa participação gira em torno de 1,10%.

Hoje, o perfil da Pessoa com Deficiência no mercado de trabalho é:

  • 63% do gênero masculino;
  • Escolaridade: predomínio com até 2º grau, 17% com ensino superior completo
  • Ocupação: predominantemente em áreas de escritório (auxiliar e assistente), produção (linhas de produção), prestação de serviços (faxina, repositor) e comércio (vendedor, operador de caixas);
  • Tipo de deficiência: 45% (física) 17% auditiva, 16% (visual) 10% reabilitados.

Ao observar este perfil, percebe-se que as pessoas com deficiência mental/intelectual são as menos empregadas em postos formais de trabalho no país.

A inclusão de pessoas com Síndrome de Down 

O Movimento pelo Down conta que, ao empregar pessoas com a síndrome, essa ação irá ampliar a autonomia pessoal, suas relações sociais, sua capacidade produtiva, sua capacidade criativa, bem como sua identidade enquanto pessoa e satisfação pessoal consigo mesma.

Mas os benefícios não somente aos empregados, mas também para a organização como um todo.

Benefícios para a pessoa com síndrome de Down:

  • Independência e Autoconceito: ter consciência de sua própria existência;
  • Auto estima: ter consciência de amar, respeitar e se valorizar;
  • Autoconfiança: acreditar na capacidade de aprender, de produzir e compartilhar;
  • Participação e apoio da família em todo processo.

Benefícios para a Empresa:

  • Agrega valor na empresa: responsabilidade social;
  • Benefícios para todos os empregados;
  • Humanização e enriquecimento das relações interpessoais no trabalho;
  • Cooperação e solidariedade;
  • Investimento em capacitação para todas as pessoas colaboradoras;
  • Avaliação do desempenho passa a ser contínua e não apenas no enfoque dos resultados;
  • Adequação para atender a diversidade humana.

O Movimento Down destaca que uma pessoa com a síndrome deve ter as mesmas oportunidades para obter seu emprego, porém dentro de sua singularidade, tendo suas necessidades respeitadas por meio de níveis de apoio para sua efetiva inserção e autonomia.

Sugestões para incluir pessoas com Síndrome de Down

Confira algumas dicas para garantir a inclusão de pessoas com Síndrome de Down no mercado de trabalho.

Garanta a acessibilidade física

Torne os espaços acessíveis a partir da utilização, com segurança e autonomia. A acessibilidade física não é somente para pessoas com deficiência, mas também para pessoas que não tem uma deficiência física mas estão com a mobilidade reduzida como grávidas, pessoas que sofreram algum acidente, idosos, etc.

Promova a tecnologia assistiva

Esse termo amplo engloba os produtos, recursos, equipamentos, práticas e metodologias que promovem a funcionalidade, visando aumentar a autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social. 

Supere os vieses inconscientes

O conjunto de padrões que estabelecemos ao longo da vida influencia a maneira como percebemos, nos relacionamos e interagimos uns com os outros. Aqui, entram associações inconscientes que não são fidedignas com a realidade, fazendo com que nossa tomada de decisão não seja positiva. 

Combata o capacitismo

Baseado nesses vieses, podemos compartilhar opiniões e/ou ter comportamentos capacitistas  É preciso reconhecer e identificar atitudes capacitistas para evitar constrangimentos e combater o preconceito; 

Prepare o RH

Como se preparar para a inclusão desses profissionais? Há um ciclo de ações que podem auxiliar, confira:

  • – Mapeamento de cargos e funções;
  • – Análise da acessibilidade;
  • – Sensibilização;
  • – Recrutamento e Seleção;
  • – Avaliação da Saúde Ocupacional;
  • – Treinamento;
  • – Retenção. 

Envolva a todos nas ações de inclusão

A inclusão é responsabilidade de todos, portanto, promova ações expandidas para toda a organização, não só nas áreas que contam com profissionais com deficiências. 

Se possível, conte com o apoio de uma consultoria especializada

A TREE é um exemplo de consultoria comprometida com o desenvolvimento de culturas organizacionais e de pessoas mais diversas e inclusivas.

Em nosso time de consultores, contamos com Pessoas com Deficiência que estudam de forma aprofunda o tema e podem expandir os horizontes da sua organização para a pauta. Conheça nosso trabalho.