Atualmente, é inaceitável que as empresas — independentemente do seu porte ou setor — não tenham em pauta a questão da diversidade e inclusão. Implantar programas voltados a criar equipes mais diversas e construir um ambiente inclusivo para todos é fundamental, e a estruturação de um comitê de diversidade pode ser importante para acompanhar e impulsionar a realização desse trabalho.
Muitas organizações têm apostado na criação de grupos desse tipo não apenas a fim de engajar colaboradores, mas também com a ideia de dar a eles um espaço para que proponham novos caminhos e provoquem discussões relevantes para, assim, de fato, mudar a cultura corporativa existente.
Neste artigo, falaremos sobre o conceito de comitê de diversidade e a sua importância. Além disso, traremos algumas dicas para a sua estruturação. Acompanhe!
O que é comitê de diversidade e inclusão?
Trata-se de uma espécie de força-tarefa formada por membros diversos e com diferentes feedbacks e responsável por ajudar a realizar mudanças culturais necessárias para a empresa. Os grupos desse tipo costumam se reunir regularmente para pensar em ações e acompanhar o que vem sendo feito pela organização dentro dessa pauta.
É importante mencionar, ainda, que o comitê de diversidade é mais amplo do que os grupos de afinidade. Estes últimos normalmente conectam colaboradores pertencentes a grupos específicos, por exemplo, um grupo de afinidade étnico-racial, LGBTI+ ou de mulheres. Além disso, o comitê de diversidade precisa ter uma governança clara e preferencialmente contar com lideranças sêniores e influentes dentro da sua composição.
Por que criar um comitê desse tipo na sua empresa?
O comitê desempenha um papel muito importante e pode realmente contribuir para que a empresa atinja as suas metas em relação à implementação de medidas em prol da diversidade e inclusão e à transformação da mentalidade existente.
Abaixo descrevemos algumas das missões que o comitê de diversidade tem e que ilustram bem a sua possibilidade de atuação e, consequentemente, também a sua relevância.
Trabalhar em parceria com o RH
Um dos grandes desafios das organizações no que se refere à diversidade e inclusão é a construção de processos imparciais de recrutamento e seleção, ou seja, com critérios de avaliação objetivos e não enviesados.
O comitê de diversidade pode trabalhar em parceria com o RH tanto nesse sentido, quanto no fomento de ações para reter e promover talentos de grupos minorizados. Uma das suas funções pode ser acompanhar a implementação de programas de mentoria e desenvolvimento de lideranças, por exemplo.
Acompanhar e propor ações no âmbito da D&I
É essencial que, ao implantar programas de D&I, a empresa tenha acesso a um feedback embasado por parte dos colaboradores, até para entender como as suas ações estão realmente refletindo internamente.
A ideia é que os comitês trabalhem como porta-vozes dos grupos minorizados, avaliando o que é feito e, ao mesmo tempo, propondo caminhos para aumentar a representatividade e inclusão.
Provocar debates sobre temas pertinentes
A sensibilização, a informação e a reflexão são aliadas cruciais para que se trabalhe internamente a cultura da organização. Portanto, a existência do comitê de diversidade também é importante, pois dele podem partir provocações para debates essenciais dentro das empresas.
Ser um espaço de acolhimento
O comitê de diversidade pode ser, ainda, um importante espaço de amparo e compartilhamento de vivências entre os funcionários. Além de acolher pessoas, também é relevante para compreender as necessidades dos diferentes grupos e acolher pautas pertinentes que precisem ser levadas a patamares mais altos dentro da organização.
Como estruturar um comitê de diversidade e inclusão: 5 passos para ter resultados concretos
Depois de entender por que a sua empresa deveria ter um comitê de diversidade, chegou a hora de trazer algumas questões que precisam ser consideradas para a construção de um força-tarefa efetiva de promoção da D&I na empresa.
1. Conhecer o cenário de D&I da empresa antes de começar
Entender em que patamar a organização se encontra em termos de diversidade e inclusão é muito importante para o início do trabalho do comitê, a definição de suas metas e, até mesmo, o acompanhamento dos resultados.
Por essa razão, o ideal é que se realize um diagnóstico da situação atual. Para que seja feito de forma precisa, é necessário analisar indicadores e métricas e, por isso, fazer um censo de diversidade é o mais indicado. Na TREE, por exemplo, utilizamos o Assessment de Diversidade e Inclusão, uma ferramenta que realiza um mapeamento e entrega um panorama completo da diversidade na organização.
2. Comitê precisa ser diverso sem sobrecarregar ninguém
É evidente que um comitê da “diversidade” só faz sentido se for realmente diverso. Portanto, é fundamental que essa força-tarefa seja composta por pessoas que representem diferentes grupos e até que tenham cargos de diferentes níveis dentro da empresa.
No entanto, é também importante que todos se sintam convidados a participar e a dividir as responsabilidades para que, assim, ninguém se sinta obrigado a fazer parte ou acabe por ficar sobrecarregado. O trabalho precisa ser compartilhado para não recair somente sobre colaboradores que fazem parte de grupos minorizados — o que é bem comum de acontecer.
3. Participação no comitê deve estar entre os objetivos do colaborador
É muito comum que a participação no comitê de diversidade seja considerada pelos gestores uma espécie de atividade “extracurricular”, quando, na verdade, deveria estar entre objetivos de trabalho desse profissional.
Para que isso não aconteça na sua empresa, é necessário realizar um alinhamento prévio com todos os líderes, que precisam entender a importância da iniciativa e estimular o envolvimento de suas equipes.
4. Sponsor ajuda a trazer visibilidade ao projeto
Ter alguém com poder na organização, como um membro da diretoria, possibilita, sem dúvida, que o comitê tenha uma maior visibilidade dentro da organização — e, logo, consiga realizar mais. Esse sponsor será responsável, por exemplo, por levar pautas pertinentes, defender e promover a atuação do grupo entre os demais diretores.
5. Organização e planejamento para alcançar resultados concretos
O comitê de diversidade precisa de governança para funcionar, o que pressupõe organização, divisão de tarefas, planejamento e liderança. Para ter resultados efetivos, o trabalho do grupo precisa estar amarrado e ter metas definidas. Contudo, embora tenha que estar ligado à estratégia da organização, o comitê precisa ter autonomia e liberdade para atuar e realizar todo o seu potencial.
Estruturar um comitê de diversidade não é uma tarefa fácil, mas pode realmente trazer resultados muito positivos para os negócios. Um dos focos do trabalho da TREE é, justamente, apoiar a criação desses grupos e oferecer formação em D&I para comitês. Quer saber mais? Converse conosco!