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Liderança inclusiva: por que essa é uma nova soft skill para gestores?

Como deve se comportar um bom gestor? A resposta para essa pergunta está nas “soft skills” mais requisitadas do mercado. Elas são atributos que definem o comportamento de um profissional e o modo como ele se relaciona no ambiente de trabalho – como empatia, ética, resolução de conflitos, flexibilidade, entre outros.

E, com o tema da diversidade cada vez mais presente, a liderança inclusiva passou a fazer parte dessa lista.

A urgência de organizações em contar com líderes que tenham essa característica não é por acaso. O fato está embasado em uma série de estudos recentes, que têm mostrado que empresas diversas e inclusivas tendem a apresentar vantagens competitivas e fazer melhores negócios.

Além de benefícios diretos ao negócio, as organizações que investem e valorizam a liderança inclusiva participam ativamente de um processo de mudança indispensável para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Visto que se trata, portanto, de uma questão muito atual e necessária, é importante que os profissionais desenvolvam essa soft skill para estarem preparados para os desafios que estão por vir nesse sentido.

O que são soft skills?

Enquanto as hard skills são habilidades ligadas ao currículo e a conhecimentos técnicos, as soft skills são subjetivas. Isso porque elas estão associadas à inteligência emocional e, logo, ao comportamento das pessoas. Ambos os conceitos são utilizados por equipes de Recursos Humanos e gestores para avaliar candidatos e definir o perfil dos colaboradores.

No entanto, se, antigamente, ter currículo cheio de experiências era mais importante do que qualquer outra coisa, hoje as soft skills são consideradas grandes diferenciais no mercado. Para exemplificar, esses atributos podem estar relacionados à capacidade de se comunicar de forma eficaz e de interagir com as outras pessoas no local de trabalho.

Ainda, criatividade, resiliência e empatia são habilidades que entram nesse elenco. A liderança inclusiva também, sendo considerada uma soft skill cada vez mais requisitada.

O que é liderança inclusiva e por que ela é importante?

A crescente relevância que vem sendo dada à liderança inclusiva reflete, felizmente, uma preocupação cada vez maior da sociedade com a Diversidade e Inclusão (D&I). Nesse contexto, as empresas estão compreendendo a importância da representatividade de grupos minorizados nas suas equipes.

Além disso, entendem também que precisam criar estratégias para garantir que grupos como mulheres, negros, pessoas com mais de 60 anos, pessoas da comunidade LGBT+, pessoas com deficiência e refugiados trabalhem em um ambiente seguro e acolhedor e tenham oportunidades iguais de desenvolvimento de carreira.

Os gestores são parte fundamental desse processo e, por isso, a liderança inclusiva tornou-se uma soft skill tão almejada. A explicação está no fato de que líderes com essa habilidade trabalham em prol de que todos os integrantes do seu time se sintam valorizados e pertencentes — o que reverbera positivamente no seu desempenho.

Liderança inclusiva e Diversidade e Inclusão nas empresas

Nos últimos tempos, muitos estudos vêm mostrando os benefícios constatados por empresas comprometidas com a Diversidade e Inclusão. Os efeitos do investimento em programas voltados a formar times com maior representatividade e criar ambientes acolhedores vão além do maior engajamento e satisfação dos colaboradores.

A verdade é que a D&I gera oportunidades financeiras para as organizações. Foi exatamente o que demonstrou uma pesquisa do Boston Consulting Group (BCG). Analisando 1.700 companhias de oito países diferentes, concluiu-se que priorizar essas questões melhora o desempenho financeiro dos negócios.

Assim como outras investigações sobre o tema, o estudo também revelou que uma cultura inclusiva no local de trabalho é o grande segredo para a inovação e o crescimento. Já a Mckinsey, que realiza regularmente pesquisas nessa mesma linha, descobriu que empresas que valorizam a inclusão e contam com times diversos tendem a obter retornos acima da média no seu setor de atuação.

Como sabemos, gestores que praticam a liderança inclusiva têm parte ativa na contratação e na retenção de profissionais talentosos, formam equipes colaborativas e assertivas e, consequentemente, ajudam a criar ambientes saudáveis de trabalho. Isso significa, portanto, que também trazem melhores resultados para as corporações.

Como desenvolver e praticar a liderança inclusiva?

Um profissional que tem essa soft skill, ou seja, que tem um estilo de liderança inclusivo, costuma se relacionar de forma justa e respeitosa com o seu time. Esse comportamento, que inspira apoio e confiança, pode ser treinado e desenvolvido por meio de ações.

Líderes com esse perfil também são mais abertos e flexíveis e, logo, menos rígidos e fechados. Sabe aquele chefe com quem não se tem medo de conversar, pois você sabe que a sua ideia ou opinião será recebida de forma empática em qualquer circunstância?

Esse é um gestor que pratica a liderança inclusiva, pois além de acolher, ele também mantém o canal de diálogo aberto. Para desenvolver essa skill, o profissional precisa ampliar sua zona de conforto, trabalhar sua inteligência cultural e ser capaz de construir pontes entre sua cultura e as culturas do seu time.

Superando vieses inconscientes e reconhecendo limitações

Outra característica fundamental desse estilo de gestão é o afastamento dos chamados vieses inconscientes. Esses preconceitos ligados a estereótipos de gênero, idade, raça, classe e orientação sexual são incorporados na nossa rotina e afetam o nosso comportamento.

Um líder inclusivo se auto-observa, reflete e toma consciência desses julgamentos. Além disso, tenta constantemente colocar-se no lugar do outro, adota novas perspectivas e deixa de agir no “modo automático”. Essa liderança além de observar os próprios vieses, trabalha para garantir que sua equipe saiba que sua área ou empresa é um ambiente no qual se preza pelo respeito e pela inclusão.

Ainda, podemos dizer que esse tipo de gestor costuma reconhecer as suas limitações, no sentido de admitir não saber tudo. E, assim, quando não tem uma resposta, envolve outras pessoas que podem colaborar no processo.

Esse, aliás, é um ponto importantíssimo: não existe liderança inclusiva se não houver colaboração e um ambiente diverso no qual todos se envolvem — cada um com as suas competências — com o objetivo de realizar algo. E, quando isso acontece, sabemos que todos saem ganhando: chefes, funcionários, organização e a sociedade como um todo.

Programas e treinamentos ajudam a formar líderes mais inclusivos

Atualmente, existem treinamentos focados, justamente, em preparar líderes para praticar uma gestão mais inclusiva com suas equipes. Esses cursos são parte essencial dos programas voltados a empresas que estão buscando estratégias para incorporar a Diversidade e Inclusão.

Ao contar com líderes inclusivos, a organização garante a atenção a questões referentes ao tema e assegura as ações necessárias para que grandes mudanças possam ser realizadas nesse sentido.