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Inclusão de pessoas com mais de 50 anos no mercado de trabalho

Hoje em dia, entre as mais de 108 milhões de pessoas que estão no mercado de trabalho brasileiro, cerca de 23,5 milhões têm 50 anos ou mais. E embora pesquisas afirmem que o desemprego entre pessoas com mais de 50 anos é menor que a média, a inclusão de pessoas 50+ é um tema que as organizações devem ter no radar.

Afinal, além do fato de que a nossa pirâmide etária está envelhecendo, os números indicam que o desemprego entre mais velhos vem crescendo a cada ano, tornando-se um desafio que precisa ser trabalhado pelas empresas. 

E não se trata somente de números. O preconceito com pessoas mais velhas – também conhecido como etarismo, ageísmo ou velhofobia – vem crescendo nos últimos anos. É o que afirmou uma analista de logística com mais de 50 anos, que recebeu um feedback baseado em vieses inconscientes e preconceitos de uma recrutadora. Segundo ela, a profissional disse: “Teu currículo é muito bom, mas estamos dando preferência a pessoas mais jovens. Qualquer coisa, te aviso, tá?”

Atuar pela diversidade geracional é, portanto, um dever que as organizações devem considerar em seu planejamento de diversidade, equidade e inclusão. Mas como fazer isso? É o que você confere neste artigo. Compartilharemos boas práticas e ferramentas de inclusão 50+ para você adotar na empresa que atua.

Desafios da inclusão de pessoas acima de 50 anos no mercado de trabalho

Para Letícia Rodrigues, sócia da TREE Diversidade, cada vez mais, a inclusão de profissionais 50+ é vista como passo crucial para que empresas acessem o consumidor maduro, pois ter pessoas nessa faixa etária em posições operacionais, medianas e de decisão é essencial para que a organização compreenda as especificidades da economia prateada e as oportunidades a ela inerentes.” 

O recrutamento desses(as) profissionais, entretanto, é apenas uma etapa. É preciso atuar ativamente contra o preconceito direcionado a pessoas mais velhas – ou etarismo – e romper os vieses inconscientes ligados à idade, como as associações que normalmente são feitas com pessoas +50 são de menor adaptabilidade, falta de domínio da tecnologia e menor disposição a aprender.

Portanto, são dois grandes esforços que devem ser feitos: conscientização do time desconstruindo vieses inconscientes ligados à idade, e revisão de processos ligados a recrutamento e seleção desses profissionais, e inclusão deles na dinâmica da organização. 

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Como atrair, acolher e incluir pessoas diversas nas empresas?

Boas práticas para inclusão de pessoas com mais de 50 anos nas empresas

Dedicar uma porcentagem maior de vagas no processo seletivo para pessoas 50+

Uma das principais vantagens é a riqueza de vivências e especialização que os profissionais mais maduros trazem consigo. Com anos de experiência e um vasto conhecimento acumulado ao longo de suas carreiras, eles são capazes de oferecer perspectivas únicas, tomar decisões embasadas e contribuir para soluções inovadoras. Além disso, sua maturidade e estabilidade emocional podem influenciar positivamente o ambiente de trabalho, promovendo uma cultura organizacional mais equilibrada e resiliente.

Outro ponto a ser destacado é o potencial de mentoramento e desenvolvimento de talentos. Profissionais mais experientes podem atuar como mentores para os colegas mais jovens, compartilhando seu conhecimento e auxiliando no desenvolvimento de suas habilidades. Essa troca de experiências e aprendizados entre gerações cria um ambiente de aprendizagem mútua e contribui para o crescimento profissional de todos os envolvidos.
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6 benefícios inclusivos para você adotar em sua empresa ou organização

Contratação intencionada de profissionais 50+

Outra iniciativa que as empresas podem adotar são programas de contratação intencionada – ou vagas afirmativas – para pessoas mais velhas. 

É o caso do programa “MIME: Melhor idade, melhor emprego”, da Votorantim. Nele, algumas vagas contam com o horário de trabalho após às 17hs, incluindo pessoas colaboradoras que possam ter outras atividades durante o dia, como o caso de um dos participantes que comentou que ingressou no programa, pois durante o dia cuida dos netos e não teria tempo para trabalhar.  

Saiba mais
Diversidade, Equidade e Inclusão nas empresas

Revisão de processos de recrutamento e seleção

Caso opte por uma seleção tradicional, ou seja, que não é intencionada, mas quer incluir pessoas 50+ neste processo, existem algumas ações e processos que podem ser adotados. 

No anúncio de vagas, é importante revisar as descrições e evitar a solicitação de dados ligados à idade. Busque garantir que o foco das descrições das vagas fique restrito aos anos de experiência daquela pessoa, caso esse seja um requisito da posição. 

Além disso, a empresa pode combinar ferramentas como recrutamento oculto (antigamente chamado de recrutamento às cegas), recursos de inteligência artificial e inclusão de pessoas decisoras neutras na contratação, como forma de tornar o processo seletivo mais inclusivo e sem vieses inconscientes ligados à idade. 

De toda forma, em algum momento essa pessoa candidata chegará à etapa final, tendo uma entrevista com a liderança da área. E se essa pessoa não tiver passado por um processo de entendimento dos vieses inconscientes, ela poderá vetar a escolha de uma pessoa 50+. 

Saiba mais:

Como fazer entrevistas às cegas e eliminar vieses inconscientes?

Treinamentos para a liderança e para o time

Retomando o exemplo citado anteriormente, se a liderança mais jovem não for sensibilizada para a inclusão 50+, ela poderá ter atritos com a pessoa selecionada pela diversidade geracional ou não entender as demandas e necessidades daquele grupo.

Em seu planejamento de Gestão da Diversidade, desenhe treinamentos sobre vieses inconscientes para as lideranças e para o time, e busque garantir que eles contemplem pessoas 50+.

O Treinamento da TREE sobre o tema, “Vieses Inconscientes: O Que São E Como Romper Com Eles?”, inclui este e outros tópicos, como:

• O que são os vieses inconscientes;

• Como e por que eles se manifestam com base em aspectos da neurociência;

• Tipos de vises inconscientes, onde e como aparecem nas organizações;

• Teste de associação implícita para mostrar que todos têm vieses;

• Impactos no cotidiano, falas e comportamentos enviesados;

• Como romper com os vieses inconscientes e desenviesar processos – dicas práticas.

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Construir uma estratégia de DE&I alinhada à Employer Branding é uma atividade desafiadora. Por isso, conte com o apoio de uma consultoria parceira com experiência no tema. Agende uma conversa com nosso time.