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LGBT Pride parade of Sao Paulo Brasil 2018 gays, lesbian, flags and crowd

Glossário de termos LGBTQI+: informação para incentivar o respeito à diversidade e à inclusão

Nos últimos anos, felizmente avançamos alguns passos importantes em relação aos direitos da população LGBTQI+. Contudo, ainda temos muito para evoluir como sociedade — e a linguagem é um aspecto crucial nesse sentido. Por isso, a relevância de ter acesso à informação e, assim, conhecer os principais termos relacionados à comunidade LGBT.

Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a criminalização da homotransfobia. Enquanto o Congresso Nacional não cria uma lei específica para este tipo de crime, o STF determinou que a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero seja enquadrada dentro da Lei do Racismo (7716/89). Espera-se, agora, que seja estabelecida, em breve, uma legislação específica para esse tipo de delito.

A população LGBTQI+ é vítima constante de violência no país. O Brasil lidera, já há alguns anos, o ranking de países com maior número de assassinatos de pessoas trans. No entanto, é fato que esse grupo sofre, diariamente, também outros tipos de violência — a verbal é uma delas.

É importante entender, portanto, que o conhecimento e a linguagem também cumprem um importante papel no combate à discriminação. No ambiente corporativo, a disseminação das noções e o incentivo à utilização da terminologia adequada é essencial para que possa existir mais do que representatividade: uma verdadeira inclusão dessa comunidade. Assim, a nossa proposta neste artigo é trazer um glossário de termos LGBT a fim de contribuir para substituir o preconceito pela informação.

Por que é fundamental conhecer os termos LGBT?

Se você parar para pensar, rapidamente vai notar que o nosso vocabulário está repleto de expressões pejorativas relacionados à identidade de gênero e orientação sexual. Muitas vezes nem nos damos conta, mas a verdade é que essas formas de tratamento reforçam estereótipos e reproduzem a intolerância.

Tomar conhecimento e usar adequadamente os termos LGBT não se trata somente de uma grande demonstração de respeito, mas, também, de uma forma de interromper um ciclo nocivo de reprodução da discriminação.

Assim, é fundamental que tanto pessoas quanto organizações façam uso da terminologia correta e disseminem essas informações. O esclarecimento aos colaboradores acerca dos conceitos e o estímulo à utilização de uma linguagem não-violenta é parte essencial de uma estratégia de gestão para a inclusão da comunidade LGBTQI+.

Glossário dos principais termos relacionados à comunidade LGBT

Para auxiliar gestores e profissionais de Recursos Humanos, trazemos aqui uma lista de termos LGBT que devem ser de conhecimento de toda a sociedade. As definições são baseadas no Manual de Comunicação LGBTQI+ organizado por Toni Reis com realização da rede Gay Latino e da Aliança Nacional LGBTI. Vamos lá?

Gênero

O conceito de gênero pressupõe que ser homem ou mulher é produto de uma construção social e não de uma condição biológica. Por isso, quando falamos em “identidade de gênero” nos referimos à percepção que a pessoa tem de si como sendo do gênero feminino, masculino ou de uma combinação dos dois, independentemente do seu sexo biológico.

Sexo biológico

Refere-se às características biológicas que a pessoa tem ao nascer, que podem ser cromossomos, genitália, composição hormonal e outros fatores. É importante notar que não existe gênero no sexo biológico em si. Existe uma expectativa social de gênero em relação ao corpo. Por exemplo, espera-se que uma pessoa nascida com atributos biológicos masculinos se identifique com o gênero masculino, mas ela pode se reconhecer com o gênero feminino ou os dois.

Intersexualidade

Descreve pessoas que nascem com anatomia reprodutiva ou sexual e/ou padrão de cromossomos que não podem ser classificados como tipicamente femininos ou masculinos.

Sexualidade

A palavra sexualidade diz respeito às construções culturais relacionadas aos prazeres e aos intercâmbios sociais e corporais. Isso engloba o erotismo, o desejo, o afeto e também noções relativas à saúde e à reprodução.

Orientação sexual

Trata-se da capacidade de cada pessoa de sentir atração emocional, afetiva ou sexual por indivíduos de gênero diferente, do mesmo gênero ou de mais de um gênero e, logo, ter relações íntimas e sexuais com eles.

Bissexual

É a pessoa que se relaciona afetiva e sexualmente com pessoas de ambos os gêneros/sexos.

Assexual

O indivíduo assexual é aquele que não sente atração sexual por nenhuma outra pessoa, independentemente do seu gênero.

Heterossexual

Denomina-se heterossexual a pessoa que se sente atraída sexual, emocional ou afetivamente por pessoas do sexo/gênero oposto.

Homossexual

Homossexual é o indivíduo atraído amorosa, física e afetivamente por pessoas do mesmo sexo/gênero. O termo refere-se, portanto, tanto a homossexuais femininas quanto masculinos.

Gay

Pode ser chamada de gay a pessoa do gênero masculino que tem desejos por ou relacionamento afetivo-sexual com pessoas do gênero masculino.

Lésbica

Quando uma mulher sente atração afetiva e/ou sexual por pessoas do mesmo sexo/gênero, utiliza-se a palavra lésbica para descrevê-la.

Pansexualidade

Assim como a heterossexualidade e a homossexualidade, a pansexualidade é uma orientação sexual. Ela se refere a indivíduos que têm atração por outras pessoas, independentemente da sua identidade de gênero ou sexo biológico.

Transgênero

Palavra utilizada para denominar indivíduos que transitam entre os gêneros, ou seja, cuja identidade de gênero transcende as definições convencionais.

Cisgênero

“Cis” é entendido como o oposto de “trans”. Isso significa que uma pessoa cisgênero é aquela que se identifica, em todos os aspectos, com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer.

Transexual

Entende-se por transexual a pessoal que tem uma identidade de gênero diferente do sexo biológico designado ao nascer. Algumas pessoas desse grupo recorrem a tratamentos médicos, que podem incluir, por exemplo, terapia hormonal e cirurgia de redesignação sexual.

Trans

A terminologia “trans” se refere, de modo geral, a indivíduos que não se identificam com o gênero atribuído no nascimento. Trata-se, portanto, de uma expressão guarda-chuva que se refere a todas as pessoas com identidades trans: transexuais, transgêneros, travestis.

Mulher trans e homem trans

Nesse sentido, uma “mulher trans” é a pessoa que se identifica como sendo do gênero feminino, embora tenha sido biologicamente designada como pertencente ao sexo/gênero masculino. Já um “homem trans” seria o oposto: alguém que foi biologicamente designado como pertencente ao sexo/gênero feminino que se identifica como sendo do gênero masculino.

Travesti

Este termo foi considerado pejorativo durante muito tempo. Entretanto, vem passando por uma ressignificação e, atualmente, adquiriu um teor político. Refere-se ao indivíduo que tem sexo biológico masculino, mas que se entende como uma figura feminina.

Queer

Esta talvez seja uma das expressões menos conhecidas de todas as citadas aqui. Queer consiste em um adjetivo usado para indivíduos que se identificam com todas as orientações sexuais e gêneros, não se encaixando em somente um deles.

LGBT

Após compreender todos esses conceitos, chegamos, finalmente, à sigla LGBT. O termo refere-se a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. É comum também o acréscimo da letra “I”, de intersexual, ou da letra “Q”, de queer, além do sinal “+” para incluir também o restante das definições relacionadas à comunidade.

Substituindo o preconceito por respeito e inclusão

A informação é fundamental para construirmos um mundo no qual o respeito e a inclusão tomem o lugar da intolerância, do preconceito e da discriminação. Para tanto, todos os setores da sociedade precisam se comprometer.

No mundo corporativo, a disseminação dessas noções e o incentivo ao uso correto dos termos LGBT é um modo de trazer a questão da equidade ao debate. Além disso, é parte imprescindível da criação de um ambiente de trabalho saudável, acolhedor e livre de preconceito.

É verdade que temos ainda um longo caminho a percorrer para que a comunidade LGBTQI+ possa exercitar plenamente as suas garantias e direitos. Mas, é importante saber que ter conhecimento e adequar a linguagem é essencial para transformar o modo como pensamos e agimos e, portanto, também um grande passo em direção à mudança.