Quais são as perspectivas para o futuro do trabalho? Como deve ser o impacto para os grupos minorizados e para as pautas de diversidade? Neste artigo buscamos responder essas questões, contando sobre como a pandemia acelerou a expansão tecnológica nas organizações quais são as soft skills esperadas para os próximos anos. Confira:
O impacto do Futuro do Trabalho
A pandemia acelerou a transformação global de como, quando e onde trabalhar. A expansão do home office, a adoção do trabalho híbrido e a utilização de novas tecnologias mudaram o perfil de algumas funções. Ao mesmo tempo, outras posições surgiram.
O futuro do trabalho não envolve apenas a ideia de automação e de domínio tecnológico sobre os processos de produção, mas a agilidade e a transformação de um modelo operacional para um modelo de criação. Independente dessas transformações, será importante que as pessoas estejam preparadas e capacitadas, uma vez que a interação humana é e será um fator crucial.
Além disso, segundo o Banco Mundial, é fato que muitas carreiras e postos de trabalho deixarão de existir; porém, da mesma maneira, surgirão novas carreiras e oportunidades. Logo, cabe às empresas e à sociedade capacitar a força de trabalho atual para os desafios do futuro.
O Impacto do Futuro do Trabalho em minorias
Importante: acima usamos o termo ‘minorias’ por ele ser amplamente conhecido. Entretanto, grupos sub-representados como pessoas negras ou mulheres, por exemplo, são a maioria da população. Em outros casos, como o de Pessoas com Deficiências, são aproximadamente 7% da população brasileira (A Tree utiliza a releitura feita em 2018 do Censo de 2010, no qual 6,7% da população possui algum tipo de deficiência).
Logo, hoje em dia adota-se as nomenclaturas grupos minorizados ou grupos sub representados.
As mudanças da pandemia trouxeram inúmeros impactos para a pauta de DE&I, uma vez que o trabalho remoto representou um maior espaço para a diversidade, principalmente quando aliado à tecnologia.
A Intel realizou uma pesquisa com 3.136 líderes empresariais em 17 países, incluindo o Brasil, para ouvir perspectivas sobre a Diversidade, Equidade e Inclusão hoje, bem como o impacto que a COVID-19 teve no cumprimento dos objetivos organizacionais e de que forma planejam construir empresas inclusivas e diversificadas no futuro.
Na análise global, cerca de 63% dos participantes afirmaram que a pandemia teve impacto positivo em DE&I nas suas empresas. Embora, o caminho para o sucesso ainda apresenta desafios.
Os 30% dos líderes que relataram impacto negativo no progresso da DE&I em suas empresas por conta da pandemia viram uma queda no número de pessoas colaboradoras de grupos sub-representados. Mais da metade desses líderes (54%) afirmam que funcionários que são Pessoas com Deficiência(s) sofreram mais com demissões do que outros grupos durante a pandemia.
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3 pontos de atenção para ser uma empresa inclusiva durante (e depois) da pandemia
Na pesquisa global surgiram alguns apontamentos gerais interessantes para entender o futuro do trabalho nas pautas de DE&I, confira abaixo:
A tecnologia tem papel fundamental no alcance das metas DE&I
A tecnologia e os recursos serão essenciais na realização de iniciativas de DE&I bem-sucedidas para uma força de trabalho distribuída;
Há espaço para investimentos em iniciativas de DE&I
57% dos líderes entrevistados afirmam haver espaços para que suas empresas invistam mais em sistemas e iniciativas que promovem a DE&I. Por outro lado, baixos níveis de interesse de stakeholders seniores ou sem liderança sênior dedicada de DE&I foram apontados como o desafio número 1 (36%) que poderia impedir as empresas de atingir seus objetivos.
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Líderes buscam padrões da indústria e conhecimento compartilhado
51% das pessoas entrevistadas citaram o aumento na percepção, diálogo e mudança em toda a indústria para uma linguagem inclusiva em produtos e documentos como sendo útil para atender às metas organizacionais de DE&I.
Futuro do Trabalho e Diversidade no Brasil
No país, a pesquisa foi realizada com 203 tomadores de decisões empresariais ou influenciadores da Política de Diversidade, Equidade e Inclusão, em organizações que empregam mais de 100 pessoas. Dentre eles, metade (50%) diz que a pandemia da COVID-19 teve um impacto positivo sobre DE&I em sua organização.
64% afirmam que garantir que suas iniciativas existentes sejam eficazes é uma das três principais prioridades da empresa nos próximos 12 meses. E, para isso, a tecnologia é considerada uma grande aliada, tendo em vista que 97% concordam que a tecnologia facilitará o alcance de suas metas de DE&I.
Um fato interessante é como a transformação e a adoção de novos modelos de trabalho é considerado um ponto importante para maior inclusão e diversidade, segundo os líderes. 56% disseram que novos modelos de trabalho lhes permitiram incorporar métodos de trabalho flexíveis e remotos que manterão a longo prazo e a mesma porcentagem considera que a aceleração da transformação digital incentivou a adoção de novas ferramentas que apoiam a inclusão.
Quais são as soft skills esperadas para os próximos anos?
Agora que entendemos um pouco mais sobre o panorama do futuro do trabalho e as perspectivas dos líderes de negócios no país quanto ao impacto da pauta de DE&I, quais são as soft skills esperadas para os próximos anos?
Soft skills são competências que envolvem características sociais e emocionais, que guiam o comportamento da pessoa e o desempenho como profissional.
Ao contrário das hard skills, que são habilidades técnicas geralmente desenvolvidas em cursos, treinamentos e aulas, as soft skills são aprendidas e desenvolvidas ao longo da vida, por meio das experiências pessoais.
O relatório Future of Jobs, do The Economic Forum (WEF) levantou quais são as soft skills do futuro do trabalho.
- Pensamento analítico e inovação
Envolve a capacidade de identificar e definir problemas, usando as informações disponíveis, como dados e indicadores, para dividi-los em problemas menores e resolvê-los de forma lógica.
- Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem
Ter estratégias de aprendizagem envolve saber quais métodos são os mais eficazes para o seu processo de aprendizagem.
- Resolução de problemas complexos
Focar no que é essencial e imediato, dividir o problema em partes e subpartes, usar feedback e feedforward, apostar no processo de tentativa e erro, entender em que momento o problema foi resolvido.
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Liderança inclusiva: por que essa é uma nova soft skill para gestores?
- Pensamento crítico
A habilidade de questionar e tomar decisões baseadas em evidências concretas.
- Criatividade, originalidade e iniciativa
Criatividade e originalidade podem ser desenvolvidas a partir de um olhar curioso e questionador.
- Liderança e influência
Liderar não envolve estar em determinada posição hierárquica, mas sim ter capacidade de influenciar positivamente as pessoas que estão à volta, motivando, guiando iniciativas e tomando boas decisões.
- Uso, monitoramento e controle de tecnologia
O uso, monitoramento e controle de tecnologia trata da capacidade de determinar quais tipos de ferramentas e equipamentos são necessários para que um trabalho seja feito.
- Design de tecnologia e programação
Para criar softwares ou soluções tecnológicas como produtos digitais, é fundamental que haja uma compreensão aprofundada da pessoa usuária. Assim, o produto final terá o propósito de servir as necessidades do público.
- Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade
Tanto a resiliência quanto a flexibilidade envolvem a capacidade de adaptação a diferentes cenários que podem surgir na rotina organizacional.
- Raciocínio, resolução de problemas e ideação
É preciso deixar de lado as tarefas repetitivas e, usando a tecnologia como aliada, desempenhar um papel de criação de iniciativas e avaliação de resultados.
Qual a relação entre soft skills e Diversidade?
Diferentemente das hard skills que, em geral, precisam de formações para serem desenvolvidas, as soft skills são aprendidas conforme as vivências da pessoa. Logo, elas podem ser absorvidas em atividades informais e que podem auxiliar aquela pessoa a performar melhor no dia a dia da função.
Vejamos o caso de uma pessoa que atua na área comercial ou vendas. Como não existe uma formação universitária padrão para a profissão, profissionais de diferentes formações atuam na área.
Para além das hard skills necessárias, como conhecimento de softwares, plataformas ou idiomas, por exemplo, o diferencial desta profissão são as soft skills que aquela pessoa apresenta, como escuta ativa (capacidade de ouvir o cliente), pensamento ágil, boa retórica ou argumentação e empatia (capacidade de entender o desafio do cliente).
E essas habilidades podem ser aprendidas em diversas atividades cotidianas e comuns, como atuação em trabalho voluntário, participação em grêmios e associações, atuação em empregos informais ou afins.
Flexibilidade, criatividade e adaptação devem ser as palavras mais utilizadas no contexto profissional dos próximos anos. Para isso, será importante o desenvolvimento de novas habilidades – um grande apoio deve vir da capacitação ofertada pela própria organização, a fim de preparar sua equipe para as novas tendências.
A TREE Diversidade é uma consultoria focada na educação e no desenvolvimento das pessoas como o caminho para a transformação, conheça nosso trabalho.