Ao final de 2020 o Brasil contava com quase 60 mil pessoas refugiadas. Na fila, aproximadamente 30 mil outras pessoas aguardavam a solicitação de refúgio. O número impressiona e traz à tona uma realidade ainda invisível na sociedade.
Segundo a ACNUR/ONU, uma pessoa em refúgio é aquela que abandonou seu país de origem devido a conflitos armados, perseguições políticas ou religiosas, desastres ambientais ou crises econômicas.
A maior parte das pessoas refugiadas que chegam ao Brasil não são advindas dos conflitos do oriente médio, como é o caso da Europa, por exemplo. Elas são vizinhas e pedem abrigo ao Brasil em razão da crise humanitária que acontece na Venezuela. Ao todo, em 2020 mais de 262.000 refugiados e migrantes da Venezuela moravam em 630 cidades do país, tornando essa a maior comunidade estrangeira em solo brasileiro.
O refúgio é uma realidade que a sociedade precisa discutir e acolher. Por isso, nesse artigo você entende mais sobre a realidade da pessoa em refúgio no país, sua jornada de chegada ao país e boas práticas para incluí-las em sua empresa.
Webinar Como contratar uma pessoa em refúgio
Para a TREE, lugar de fala é algo essencial. Por isso, em celebração ao Dia do Refugiado, que acontece dia 23 de junho, a TREE realizou o webinar “Como contratar uma pessoa em refúgio”. Contamos com a presença de Prosper Dinganga Sikabaka, congolês radicado no Brasil e ativista Pró-Democracia; e Roberto Rotenberg, cofundador do projeto NAMOA, coach e consultor.
Como é a jornada dos refugiados? O que eles enfrentam?
Pessoas em refúgio ou refugiadas, como são mais comumente conhecidas, são diferentes de imigrantes. A única conexão é o fato de serem estrangeiras em um país. Os acessos e oportunidades, entretanto, são diferentes. Por isso a importância de promover ações de acolhimento e inclusão.
Confira o infográfico abaixo e saiba mais sobre a jornada do refugiado no país.
Contratação de pessoas refugiadas no Brasil
Em 2017 foi assinada uma nova lei de imigração. Com ela as pessoas em situação de refúgio passaram a possuir direitos iguais aos de um brasileiro nato. Um grande avanço.
Entretanto, o preconceito ainda é grande. Ele pode se manifestar de diversas formas para além da xenofobia, como racismo, machismo ou preconceito linguístico, por exemplo.
Por isso, antes de dar início a programas de contratação intencionada a pessoas refugiadas, é importante que o profissional repense seus vieses inconscientes, bem como os da empresa que está recrutando.
Pedir pleno domínio da língua portuguesa, por exemplo, é um impeditivo. A comprovação acadêmica, por meio de um diploma acadêmico, também é outro processo que precisa ser revisto.
Logo, o recrutador deve repensar os processos internos da empresa e olhar para o que de fato importa nessa seleção, ou seja, a habilidade do profissional. Ainda, deve repensar o plano de carreira desse funcionário, para que ele aprenda tanto a língua portuguesa quanto às habilidades técnicas necessárias para aquela posição.
Como encontrar talentos e CV’s de pessoas refugiadas?
O desafio de Recrutamento e Seleção de talentos refugiados ainda é grande.
Por isso, abaixo você confere uma lista de organizações que atuam com empregabilidade de pessoas em refúgio.
Caritas
A Cáritas Internacional é uma confederação de 165 organizações humanitárias da Igreja Católica que atua em mais de duzentos países. Um dos públicos de atuação da organização é o de pessoas refugiadas.
ADUS
O Instituto Adus é uma ONG que promove a integração de refugiados na sociedade brasileira há mais de dez anos. O Adus apoia aqueles que chegam ao Brasil, para que possam escolher os seus caminhos de forma autônoma e consciente. Oferecem ao refugiado orientação jurídica, capacitação, intermediação junto a empresas para colocação profissional e ensino de português.
PARR
O Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados – PARR, foi criado em 2011, com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). Promovem a integração de refugiados e solicitantes de refúgio na sociedade brasileira por meio da inclusão laboral.
A TREE
Nós acreditamos que é necessário criar uma cultura de inclusão dentro da empresa. Isso deve ser transversal e com um olhar interseccionado, ou seja, olhando para a Diversidade como um todo, não como caixinhas. Podemos ajudar sua empresa nessa jornada em busca de uma cultura inclusiva, com sensibilização, conteúdo, formação de lideranças inclusivas, diagnostico, desenho e implantação de planos de ação. Converse com a gente.
Adote um olhar transversal
Contratar talentos de diversidade não significa contratar nichos. As pessoas são plurais e possuem diferentes características.
Portanto, adote um olhar interseccional na hora de contratar. Ou seja, para além de ser uma pessoa refugiada, qual o gênero dela? Com qual cor ela se autodeclara? Qual sua orientação sexual? Ela possui alguma deficiência?
Olhar para essa transversalidade proporcionará à sua empresa construir um time cada vez mais plural.