A discussão sobre inclusão de pessoas com deficiência(s) nas empresas é complexa, pois existem diferentes tipos de deficiências e necessidades de acessibilidade. No caso de pessoas com deficiência auditiva, existem ações que as organizações podem implementar para promover a acessibilidade e permitir que esses profissionais atuem em diferentes carreiras e atividades de forma plena.
Por isso, neste artigo você compreenderá os desafios de inclusão de profissionais surdos(as) no mercado de trabalho, além de boas práticas que podem ser adotadas a fim de promover maior acessibilidade e inclusão. Boa leitura.
Como anda a inclusão de Pessoas com Deficiência nas empresas no Brasil?
Apesar de ser estabelecido por lei a obrigatoriedade de Pessoas com Deficiência(s) no quadro de pessoas colaboradoras nas empresas, vemos que essas pessoas são pouco representadas nas companhias e, principalmente, quando se fala de cargos de níveis hierárquicos.
Segundo uma pesquisa com pessoas com deficiência, realizada pela Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, 65,93% das pessoas entrevistadas informaram que encontram barreiras para ingressar no mercado de trabalho. Ainda, cerca de 20% sentem que as empresas olham mais para a deficiência em si do que para as habilidades.
Percebe-se, portanto, que o desafio da inclusão vai muito além da Lei de Cotas. A acessibilidade atitudinal, por exemplo, é essencial por parte das empresas no combate aos vieses inconscientes e promoção de oportunidades para essas pessoas.
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Lei de Cotas completou 31 anos, mas pouco foi avançado
Conhecida como lei de contratação de PcD (Deficientes) nas Empresas, A Lei de Cotas foi decretada em 24 de julho de 1991. A lei representou um grande avanço, pois institucionalizou o incentivo à contratação de profissionais PcD(s) em grandes empresas.
Mas três décadas após sua publicação, podemos notar que ela tem um poder limitado de transformação social, uma vez que não são todas as regiões do país que possuem empresas que se encaixam na lei – excluindo assim pessoas surdas do interior e regiões com pouco desenvolvimento econômico, por exemplo.
Além do fato de não estimular as empresas a promoverem esses talentos e investirem em suas carreiras, criando assim carreiras com pouca mobilidade para profissionais com deficiência.
Empregabilidade de pessoas com deficiência
Em uma entrevista com Ana Marques, a consultora parceira da TREE diz: “Muitas empresas acreditam que não há Pessoas com Deficiências suficientes no mercado de trabalho para aderir às vagas. Então, também é uma ideia pré-concebida. Hoje em dia há 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência.”
Ora, se há mão de obra, mas as empresas afirmam não encontrar profissionais, por que a conta não fecha?
Isso acontece porque hoje em dia há uma falta de entendimento das organizações sobre o tema. Profissionais PcD(s) precisam de diferentes acessibilidades a fim de que possam ter as mesmas chances de crescimento dos seus pares sem deficiência, isso inclui treinamentos para o time, acessibilidade de rotinas e processos da área, plano de desenvolvimento individual que valorize o(a) profissional e escute suas necessidades, entre outras ações.
Esse processo não é simples, nem rápido. Mas, uma vez estruturado, permite que a empresa possa replicá-lo mais vezes, aumentando o número de talentos PcD(s) no time e construindo uma cultura mais inclusiva.
Desafios da inclusão de pessoas surdas nas empresas
Muitas organizações ainda enfrentam desafios na comunicação com esses profissionais devido a barreiras linguísticas e culturais, e isso leva muitas vezes a uma falta de compreensão e valorização das habilidades e contribuições dessas pessoas.
Isso é refletido na falta de oportunidades de emprego de qualidade e de crescimento profissional para pessoas surdas. Além disso, existem vieses inconscientes nas empresas, que precisam ser identificados e trabalhados para que a inclusão de pessoas surdas possa ser efetivamente promovida.
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O que são vieses inconscientes?
Como promover a inclusão de pessoas surdas nas empresas?
Confira algumas sugestões de medidas que as empresas podem adotar para a inclusão plena de profissionais surdos.
- Revisão de processos internos:
A acessibilidade deve estar presente também nas rotinas e processos da organização. Veja um exemplo de reuniões virtuais.
A empresa pode adotar ações como a presença de um intérprete de Libras no encontro; um protocolo de que as reuniões sejam feitas com câmeras abertas, permitindo a leitura labial por parte de pessoas surdas que possuem essa habilidade; ou até mesmo a orientação de que os alinhamentos e comunicados devem ser registrados por e-mail, garantindo assim a plena compreensão de todos sobre os assuntos internos da empresa.
Cabe lembrar que a estratégia deve sempre ser desenhada em conjunto com aquela pessoa e com o que ela se sente mais confortável.
- Softwares de legenda simultânea:
Além da contratação de um intérprete de Libras, existem tecnologias que transcrevem em tempo real, em formato de legendas, o que está sendo falado. Essas ferramentas podem ser úteis a profissionais que possuem um bom domínio da habilidade de leitura do português.
- Palestras e treinamentos para o time
As dicas acima visam a inclusão de pessoas surdas no contexto de pessoas não surdas, mas o contrário também deve ser feito. É preciso ensinar o time sobre o que significa ser uma pessoa surda em nossa sociedade, oferecer treinamentos sobre boas práticas que podem ser adotas no dia a dia a fim de apoiar esses profissionais, entre outras ações de educação corporativa.
- Revise os processos seletivos
Uma estratégia eficaz para incluir pessoas surdas é reavaliar e, se necessário, adaptar os processos seletivos. Isso pode incluir a eliminação de dinâmicas de grupo e outros formatos que possam colocar candidatos(as) surdos(as) em desvantagem. Uma alternativa é utilizar formatos de seleção que permitam às pessoas candidatas surdas se apresentarem e demonstrar suas habilidades de maneira adequada, como entrevistas individuais com intérpretes de Libras e/ou avaliações escritas.
Além disso, é importante promover treinamentos para que os(as) recrutadores(as) a fim de eliminar os vieses inconscientes presentes na seleção, e para as lideranças das áreas que farão a escolha final entre as pessoas que se candidataram para a posição.
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Acima você encontra algumas dicas, mas a inclusão de Pessoas com Deficiência(s) precisa levar em conta inúmeros outros fatores e ser bem planejada. Conte com o apoio de uma consultoria parceira com experiência no tema. Agende já uma conversa com nosso time.