Nesta edição da Plural vou te contar cases de empresas que vão além do arco-íris e vêm realizando ações de impacto durante o Mês do Orgulho e da Parada do Orgulho LGBTI+ de São Paulo. Afinal, como sempre é dito em nossas palestras, o que está na vitrine precisa estar refletido no estoque!
A Parada do Orgulho LGBTI+ de São Paulo
Em junho de 1997, aconteceu na Avenida Paulista a primeira Parada do Orgulho LGBTI+, com cerca de 2 mil pessoas e pouco apoio da sociedade. 9 anos depois, em 2006, atingimos o recorde de maior Parada do Orgulho LGBTI+ do mundo: 2,5 milhões de pessoas saíram nas ruas, dessa vez com maior apoio das empresas e da sociedade.
Desde então, a Parada ganhou força em outras capitais e cidades do país, com apoio institucional e financeiro das marcas, além de eventos paralelos acontecendo junto da Parada. O impacto econômico gerado é expressivo, com diversos setores se beneficiando diretamente desse evento. A hotelaria, o comércio local, os serviços de alimentação e transporte, entre outros, são impulsionados pelo aumento da demanda durante a realização da Parada. Em 2023, estima-se que o evento tenha movimentado mais de R$ 500 milhões.
Como ir além do arco-íris
Nos últimos anos o movimento LGBTI+ está cada vez mais atento para marcas que se apropriam da estética do Orgulho para soar inclusivas e alinhadas, mas que na prática não revisam suas políticas ou contribuem para a inclusão plena e desenvolvimento de pessoas LGBTI+ na organização.
A sociedade está mais atenta e isso é uma oportunidade de realizar um trabalho que impacte verdadeiramente a comunidade onde aquela marca está inserida. Por isso nesta edição você confere cases de empresas que realizam ações e eventos durante a Parada, além de tópicos essenciais da comunidade LGBTI+ que você precisa ficar de olho na política de diversidade da sua organização.
Cases de sucesso da Parada do Orgulho LGBTI+
A Parada do Orgulho LGBTI+ de São Paulo representa uma oportunidade das empresas se posicionarem de forma ativa como aliadas da diversidade, e os cases selecionados abaixo comprovam isso.
Ambev
A Ambev, patrocinadora da Parada, lançou em 2021 um desafio virtual que transformava o mundo real. A cada história de orgulho contada por meio do uso de uma hashtag, R$ 1 real era doado a ONGs LGBTI+.
Com isso o debate sobre orgulho ganhava as redes e organizações do tema.
Mercado Livre
O Mercado Livre, que também apoia o evento, utilizou do seu marketplace para apoiar a Casa 1, que acolhe pessoas trans. 100% das vendas do Bazar Casa 1 na plataforma foram revertidas à instituição. Além disso, os itens vendidos foram assinados pela estilista trans Joana Jade.
Foreo
A Foreo, marca de produtos para a pele, também lançou uma campanha onde parte das vendas de um item do catálogo era doada à Casa 1, apoiando assim pessoas trans.
O que está na vitrine precisa estar refletido no estoque!
Além das ativações externas, as marcas também assumem compromissos com a diversidade, equidade e inclusão dentro do time. Confira alguns cases abaixo.
Amstel
Anna Luisa Dafico, gerente de marketing da marca, afirmou: “internamente já oferecemos apoio a funcionários transgênero com ajuda de custo para cirurgias quando necessário e também para a retificação de seus nomes. Garantimos o uso de nome social em crachá e sistemas, convênio médico e benefícios estendidos em caso de união estável, sem distinção”.
Mercado Livre
Entre as ações internas realizadas pela marca, estão:
- Pagamento do valor do seguro fiança exigido para aluguel, tendo em vista o preconceito com pessoas trans;
- Assessoria jurídica para alteração de nome e gênero em registros civis;
- Suporte psicológico com profissionais especializados; e
- 15 dias de licença por ano para procedimentos médicos.
Burger King
O Burger King, tradicional apoiador da Parada, também promove ações internas. Eles contam com cerca de 3.000 funcionários autodeclarados LGBTI+, que fazem parte do quadro de funcionários tanto dos restaurantes quanto do corporativo, e se comprometeram a garantir treinamentos recorrentes dos funcionários da empresa sobre DE&I, além de aumentar a representatividade de grupos diversos (Pretos, PCDs, LGBTI+ e 50+) no time corporativo até 2025.
Ações que sua organização pode adotar ao longo do ano
As ações de diversidade devem acontecer ao longo do ano, não só durante o Mês do Orgulho. Por isso, listamos abaixo ações práticas que sua organização pode adotar a fim de tornar o ambiente mais acolhedor às pessoas LGBTI+.
- Criação de um banco de talentos LGBTI+;
- Programas de desenvolvimento de carreira voltado para pessoas LGBTI+, sobretudo pessoas trans. Leia um artigo completo da Tree sobre o tema;
- Criação de um comitê e grupo de afinidade LGBTI+;
- Promoção de treinamentos, workshops e pílulas de conhecimento sobre o tema;
- Adoção de uma política de licença parental universal que compreenda casais homoafetivos e formados por pessoas trans;
- Adoção de uma política de tolerância zero à discriminação sexual e de gênero, garantindo também o acolhimento das vítimas;
- Adoção de banheiros inclusivos, com cabines individuais;
- Redução da distinção de gênero em documentos como o que orienta a política de vestimenta (dress code) da organização;
- Promoção de um ambiente de trabalho inclusivo, onde todas as pessoas se sentiam à vontade para ser quem são e compartilhar suas experiências, enriquecendo a organização;
- entre outras ações, como você confere neste artigo.