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Ações afirmativas e programas de desenvolvimento nas empresas

As iniciativas da Magalu e da Bayer de adotarem ações afirmativas em seus programas de trainee ampliaram as discussões sobre o tema no país. 

Até então, o debate sobre políticas afirmativas estava concentrado no campo das políticas públicas, por meio da Lei de Cotas para pessoas com deficiência no mercado de trabalho e jovens negros e/ou de baixa renda em universidades. 

Com a iniciativa das duas empresas, entretanto, o mercado ampliou seu repertório e passou a discutir de forma aprofundada essa e outras ações afirmativas. 
Neste artigo iremos trazer esta discussão, explicando o que são ações afirmativas em empresas, além de apresentar uma série de ações e ferramentas que podem ser utilizadas pela sua organização. 

Histórico de ações afirmativas no Brasil

A primeira grande ação afirmativa do Brasil foi a Lei de Cotas (Lei 8.213), promulgada há mais de 30 anos. Ela prevê que empresas com mais de 100 pessoas colaboradoras devem contar com no mínimo 2% de pessoas com deficiência na força de trabalho. Na prática, segundo dados do Ministério da Economia, em 2019 existiam 701 mil vagas reservadas para pessoas com deficiência, que estavam sendo oferecidas por mais de 32 mil organizações.


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Ana Marques, consultora da Tree, fala no vídeo abaixo sobre as conquistas e os desafios dos 30 anos da Lei de Cotas. Confira. 

Já no plano educacional, a Lei nº 12.711 (2012) ampliou a lei de cotas para todas as universidades públicas do país. Ela, que deve ser revisitada nos próximos anos a fim de entender se os resultados foram alcançados, encontra resistência no Congresso Nacional: entre os mais de 70 projetos de lei sobre o tema em tramitação, 31 delas preveem a restrição das cotas.

Por fim, hoje em dia tramitam uma série de projetos de lei que propõem algum tipo de ação afirmativa. Entre eles, o PL 785/21, que cria uma cota obrigatória mínima de 30% de participação de mulheres em conselhos de administração.

Para além dessas políticas públicas e legislações, as empresas também começaram a promover ações afirmativas, a fim de acelerar seus programas de DE&I. 

Vagas afirmativas e programas de desenvolvimento nas empresas

As ações afirmativas vão muito além da reserva de vagas em processos seletivos. Para a Tree, elas são ferramentas de equidade que possibilitam oportunidades mais equânimes e justas para pessoas que partem de diferentes pontos de partida.

Elas têm como objetivo acelerar a correção de distorções na organização, como por exemplo a falta de lideranças femininas ou de pessoas negras. Por isso, é importante que tenham data de finalização, metas e processos bem definidos.

A quais grupos as vagas afirmativas devem ser destinadas?

No caso do Brasil, nos últimos anos o mercado vem olhando para cinco grupos historicamente minorizados na hora de desenhar seus programas de desenvolvimento: pessoas negras, indígenas ou quilombolas; mulheres; pessoas que fazem parte da comunidade LGBTI+; pessoas com deficiência; e pessoas acima de 50 ou 60 anos. 

Mas, afinal, como escolher o melhor programa para a sua organização? A resposta está nos dados. Análise a diversidade da sua força de trabalho, o tempo médio de progressão na carreira desses grupos, o desvio médio salarial e outras métricas que possam indicar onde você deve aplicar maior esforço. 

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Funil de Diversidade e Inclusão: quais KPI’s utilizar?

Exemplos de programas de desenvolvimento para talentos de grupos minorizados

Como dito acima, a reserva de vagas é apenas uma das ferramentas que podem ser utilizadas. Para além dela, as empresas podem se valer de mentorias, trilhas de conteúdo, planos de carreira e outras estratégias.

Mentorias e sponsorships para aceleração de carreiras

Programas de mentoria são uma ótima oportunidade para trocar saberes e experiências entre pessoas em diferentes momentos da carreira. 

Eles devem ser bem planejados e com objetivos claros, para que a troca seja proveitosa e acrescente à carreira, como os processos que conduzimos aqui na Tree. 

O que é e como funciona um programa de Sponsorship?

Um programa de Sponsorship é a chave para o avanço de alto desempenho, além de oferecer maiores oportunidades de excelência através do desenvolvimento de habilidades e maior visibilidade.

Ele também oferece benefícios valiosos aos Sponsors, incluindo feedback, habilidades aprimoradas, maior conhecimento das necessidades e oportunidades da empresa e satisfação pessoal e profissional. Além, é claro, de contribuir com benefícios diretos e indiretos às organizações, incluindo melhores líderes e equipes, bem como maior engajamento.

Case de sucesso Tree: Women in Leadership (WiL)

O Programa de Sponsorship da PwC Brasil, em parceria com a Tree, tem como objetivo acelerar a carreira de lideranças femininas que objetiva desenvolver e garantir mais mulheres no pipeline para a liderança.

O programa apoia talentos femininos da empresa que tenham alto potencial e performance consistente, que almejam se tornarem sócias da PwC e que busquem aprimorar seus pontos de desenvolvimento sendo exemplos e inspiração para novas lideranças femininas.

Trilhas de conteúdo

Sua organização também pode apostar em trilhas de conteúdo para os talentos que serão desenvolvidos. Elas podem contemplar desde conteúdos de hard skills, ou seja, habilidades técnicas, até trilhas de soft skills, habilidades socioemocionais. 

Recomendamos que construa a trilha com base no contexto social do grupo que receberá a trilha. Por exemplo, se você está desenhando uma trilha para lideranças negras, garanta que a visão abordada na trilha é afrocentrada e interseccional.

Planos de carreira

Outra estratégia que as empresas adotam é um acompanhamento via plano de desenvolvimento individual (PDI), que mapeia as fortalezas e oportunidades de crescimento após as avaliações de desempenho.

Esse formato permite um acompanhamento mais detalhado do crescimento profissional daquela pessoa, além de indicar as habilidades que ela precisa desenvolver por meio de cursos, mentorias e conteúdos. 

Outras ferramentas

Para além das atividades citadas acima, existem ferramentas complementares, como curso de idiomas ou oratória, por exemplo, que permitem um crescimento mais acelerado na carreira. Elas devem ser utilizadas de forma complementar às outras citadas acima. 

Exemplos de ações afirmativas para pessoas externas à empresa

Para além do desenvolvimento de talentos que fazem parte do quadro de pessoas colaboradoras, algumas empresas têm criado programas para pessoas que estão em sua comunidade, em seu entorno. 

A Tree foi parceria da J&J e da P&G em dois desses projetos. Confira. 

SoulAfro Axé

A Johnson & Johnson, em parceria com a Tree, realiza o Programa SoulAfro Axé, uma ação afirmativa que conta com duração de 3 anos, para pessoas negras de fora da organização que estão começando o ensino médio ou graduação, além de pessoas negras colaboradoras do time J&J que desejam acelerar suas carreiras.

Ela tem como objetivo oferecer oportunidades e apoio para que essas pessoas possam mudar os rumos do seu futuro e focar no seu desenvolvimento pessoal e profissional.

22 Vozes para 2022

A iniciativa 22 Vozes para 2022, da P&G Brasil em parceria com a Tree, identificou e premiou 22 jovens de entre 18 a 24 anos com ideias brilhantes, capacitando-os de maneira que pudessem tirar seus projetos do papel. Com isso, podem mobilizar mudanças em suas comunidades por meio do diálogo com sociedade civil, organizações privadas e líderes de opinião.

Consultoria para ações afirmativas e programas de desenvolvimento

A Tree Diversidade é uma consultoria que tem expertise em programas de ações afirmativas e pode auxiliar sua empresa na construção desses projetos.

Já realizamos iniciativas diversas em mais de 120 empresas, impactando mais de 25.000 pessoas em treinamentos e palestras. Agende uma conversa com nossos especialistas