Realizar atividades em datas comemorativas é uma forma importante de promover a conscientização nas empresas. Para isso, é importante que sejam planejadas com antecedência e tenham como foco a promoção de um ambiente de trabalho seguro.
Por isso, neste artigo você encontra 7 ações para celebrar o Dia Internacional do Orgulho LGBTI+ que ocorre oficialmente no dia 28 de junho.
Como surgiu o Dia Internacional do Orgulho LGBTI+?
A data faz referência ao ano de 1969, quando, no dia 28 de junho, um grupo se revoltou durante um episódio de repressão policial em um bar de Nova York frequentado pelo público LGBTI+.
A palavra “orgulho” vem usada nesse contexto em oposição à vergonha, sentimento imposto durante muito tempo — e às vezes ainda presente — para oprimir essa comunidade.
Outras datas além do dia do Orgulho LGBTI+
Além do Dia do Orgulho, que acontece a nível global, existem também outras datas que costumam ser celebradas:
29 de janeiro: Dia Nacional da Visibilidade das Pessoas Travestis e Trans
25 de março: Dia Nacional do Orgulho Gay
31 de março: Dia Internacional da Visibilidade Trans
19 de maio: Dia do Orgulho Agênero
19 de agosto: Dia do orgulho lésbico
29 de agosto: Dia Nacional da Visibilidade Lésbica
23 de setembro: Dia da Visibilidade Bissexual
22 de outubro: Dia Internacional da Despatologização Trans
24 de outubro: Semana da Visibilidade Assexual
26 de outubro: Dia da Consciência Intersexo
08 de dezembro: Dia do Orgulho Pansexual/Panromântico
Você sabe o motivo de todas essas datas?
A comunidade LGBTI+ é plural e diversa. Portanto, para não reduzir o debate a somente um único dia no ano, foram criadas diferentes datas comemorativas a fim de que se discuta, em profundidade, os desafios e vivências desses grupos.
LGBTI+, LGBTQI+, LGBTQIAP+, LGBT… qual termo utilizar?
A Tree acompanha as orientações do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+ , que após discussões sobre as pessoas intersexo, incorporou ao seu nome a letra “I” (intersexo) e o símbolo “+” para e contemplar outras identidades de gênero e orientações afetivo-sexuais inicialmente não representadas com o “LGBT”.
Existem outras variações que também são utilizadas, como LGBTQI+ ou LGBTQIAPN+. Sua empresa pode definir a nomenclatura utilizada a partir da decisão dos comitês de diversidade internos, do apoio de uma consultoria especializada ou mesmo seguir a orientação do Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+.
Mas, lembre-se, não devem mais ser utilizados 5 os termos a seguir: GLS, Movimento Gay ou LGBT (sem o “+” das outras identidades de gênero e orientações afetivo-sexuais).
Por que pensar em ações para o público LGBTI+ nas empresas?
De acordo com um estudo realizado pela Fiocruz, secretarias de Atenção Primária em Saúde e Vigilância em Saúde do Ministério da saúde e outras instituições, a cada uma hora uma pessoa LGBTI+ é agredida no Brasil. A pesquisa, que mostra um cenário ainda pior do que se imaginava, usou dados do SUS registrados entre 2015 e 2017.
Infelizmente, o preconceito e a violência contra a comunidade também tem reflexo dentro das organizações. Um levantamento do LinkedIn, realizado em 2019 com 1.088 brasileiros de todo o país, mostrou que metade dos profissionais autodeclarados LGBTI+ não fala abertamente sobre a sua orientação afetivo-sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho.
Além disso, o Proud at Work revelou que uma em cada cinco pessoas (mais precisamente, 22%) disse não o fazer por medo de sofrer represália por parte dos colegas. E mais: 35% desses profissionais afirmam já ter sofrido discriminação dentro das empresas em que trabalham.
Os dados demonstram que muito ainda precisa ser feito para eliminar as barreiras e preconceitos contra essa comunidade e, principalmente, criar um ambiente corporativo seguro.
Diante disso, as ações para Orgulho LGBTI+ são extremamente importantes nessa missão, sobretudo se pensadas como parte de um programa mais amplo de promoção da diversidade, equidade e inclusão que pretenda estimular realmente uma transformação da cultura da empresa.
Saiba mais
O que é e como fazer Gestão da Diversidade?
Construindo um ambiente seguro para pessoas LGBTI+
Ao planejar as atividades para essas datas comemorativas, é muito importante ter sempre em mente que a inclusão pressupõe, como já falamos aqui, a construção de um ambiente seguro para essa comunidade.
Isso significa garantir que as pessoas possam trabalhar em um local no qual não se sintam discriminadas e nem sofram nenhum tipo de violência em função de sua identidade de gênero e/ou orientação afetiva-sexual.
Diante disso, recomenda-se que todas as políticas internas da empresa devem sempre estar focadas em criar um ambiente seguro para essas pessoas, isto é, com políticas de tolerância zero ao preconceito, revisão de códigos de vestimenta, adoção de protocolos para inclusão plena de pessoas trans e demais ações.
7 ações para promover no Dia do Orgulho LGBTI+
Abaixo você encontra 7 atividades para promover no Dia do Orgulho em sua organização. Antes, entretanto, reforçamos que é preciso ir além e trabalhar a inclusão desses profissionais todo o ano.
- Palestras temáticas sobre inclusão LGBTI+
Se a garantia de um ambiente seguro deve ser uma das principais preocupações das empresas, é preciso que todo o time esteja sempre sensibilizado sobre a importância do tema. Sendo assim, adotar um ciclo anual de palestras é importante para capacitar as novas pessoas que chegaram, bem como aprofundar o debate com aquelas que já estavam.
A Tree conta com palestras temáticas para o Mês do Orgulho. Elas são ministradas por especialistas no tema e podem ser aplicadas à toda organização. Saiba mais!
- Workshop sobre comunicação inclusiva
Entender mais sobre a linha do tempo, termos e múltiplas identidades de gênero e orientações afetivo-sexuais é uma coisa. Mudar, na prática, o comportamento é outra.
Por isso, uma estratégia a médio prazo pode ser adotar um ciclo de workshops sobre comunicação inclusiva e não-violenta. Dessa forma, o time aprenderá, com exercícios práticos, como se comunicar de forma inclusiva e respeitosa no dia a dia.
- Cine Pipoca
Muitos filmes têm o objetivo de informar e combater todas as formas de preconceito e discriminação. É uma forma leve de promover sensibilização sobre o tema.
Diante disso, fizemos uma curadoria com 10 filmes sobre a comunidade LGBTI+ para você assistir ou transmitir em sua organização.
- Clube do Livro ou presentes ao time
Uma mudança de comportamento ou pensamento não ocorre em 8 horas de trabalho, é preciso que a pessoa reflita e transforme seus valores também quando deixa do expediente.
Por isso, você pode presentear os colaboradores com livros que abordam essa temática, podendo até promover um clube do livro para discutir os temas tratados. Nesta curadoria, grandes autoras e autores indicam 14 livros marcantes, leituras recentes e outras dicas literárias LGBTI+. Confira!
- Atividades promovidas por grupos de afinidade ou comitês de diversidade
Se sua organização possui um grupo de afinidade ou comitê de diversidade, alinhe com eles atividades que podem ser realizadas nesta data. Afinal, eles conhecem de forma aprofundada os desafios da empresa e o perfil dos colaboradores.
Se eles não possuírem orçamento alocado, busque garantir que eles receberão para as atividades realizadas. Dessa forma o grau de participação na atividade será maior.
Qual a diferença entre um comitê de diversidade e um grupo de afinidade?
Como já explicamos no blog, o comitê de diversidade trata-se de uma espécie de força-tarefa formada por membros diversos e com diferentes feedbacks e responsável por ajudar a realizar mudanças culturais necessárias para a empresa. Além disso, o comitê de diversidade precisa ter uma governança clara e preferencialmente contar com lideranças sêniores e influentes dentro da sua composição.
Ele é mais amplo do que os grupos de afinidade, visto que estes normalmente conectam colaboradores pertencentes a grupos específicos como, por exemplo, um grupo de afinidade étnico-racial, LGBTI+ ou de mulheres.
- Ações de voluntariado
A depender do grau de maturidade da sua organização sobre o tema, você pode promover atividades de voluntariado que fortaleçam pessoas da comunidade LGBTI+ e que vivem algum tipo de vulnerabilidade.
Realizando uma pesquisa, você encontrará várias possibilidades desse tipo. Busque alocar as habilidades e competências do seu time a pessoas que possam usufruir desses talentos.
Para citar alguns exemplos: a Casa Um, que, além de outros projetos, tem uma clínica social com cerca de 60 profissionais; e o EternamenteSOU, um Centro de Referência para idosos LGBTI+.
- Sarau, mostras temáticas e momentos de descontração
O conhecimento é essencial, mas ele pode ser absorvido de diferentes formas, como por meio das trocas entre pessoas. Por isso, planeje eventos de sarau, exposições ou visitas a museus, como o Museu da Diversidade Sexual, (MDS), para aprofundar essas trocas e discussões.